Vencer a obesidade tem sido um dos grandes desafios da vida moderna, especialmente para as pessoas com obesidade mórbida, ou seja, que acabam desenvolvendo outros problemas de saúde por causa do excesso de peso. No caso das mulheres, o problema é ainda mais preocupante. Segundo o Vigitel 2015, do Ministério da Saúde, 16,2% das mulheres adultas brasileiras estão obesas. E 45,9% com sobrepeso ou excesso de peso.

Se esse é o seu caso, emagrecer com saúde é fundamental e a cirurgia bariátrica e metabólica pode ser um tratamento bastante eficaz. Porém, ela exige que você esteja preparado e disposto a encarar as etapas do tratamento. Por isso, listamos abaixo as 7 curiosidades sobre a cirurgia bariátrica que você precisa saber:

1. O que é a cirurgia bariátrica e metabólica?

É um procedimento cirúrgico indicado para o tratamento da obesidade e suas comorbidades, ou seja, das doenças associadas ao excesso de peso ou agravadas por ele. A cirurgia pode ser aberta ou por videolaparoscopia (menos invasiva e mais confortável para o paciente) ou até mesmo por via robótica.

Na cirurgia aberta, o médico precisa fazer um corte de 10 a 20 centímetros no abdômen do paciente. Na videolaparoscopia, são feitas de quatro a sete mini incisões de 0,5 a 1,2 centímetros cada uma, por onde passam as cânulas e a câmera de vídeo. Na cirurgia robótica, o cirurgião tem o recurso de uma melhor visão em 3D e pinças cirúrgicas articuláveis que permitem mais destreza e precisão. As técnicas cirúrgicas mais utilizadas no Brasil são a gastrectomia vertical (sleeve), gastroplastia com derivação jejunal (bypass gástrico).

O mais importante é compreender que a cirurgia é apenas parte de um tratamento que envolve mudanças profundas no estilo de vida. Por isso, é fundamental que o paciente esteja preparado e assistido por uma equipe multidisciplinar especializada, experiente e disponível a dar todo o suporte necessário antes, durante e depois da cirurgia.

2.  Eu posso fazer a cirurgia bariátrica para emagrecer?

Para ser um candidato à cirurgia bariátrica é preciso passar por uma avaliação pré-operatória, que inclui diversos exames que irão determinar se você se enquadra nos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde (MS) e Conselho Federal de Medicina (CFM) para que o tratamento cirúrgico seja liberado. De acordo com estes critérios, só podem fazer a operação as pessoas com IMC (Índice de Massa Corpórea) igual ou maior que 40kg/m² ou igual ou maior que 35kg/m² desde que apresentem comorbidades como hipertensão arterial, diabetes tipo 2, dislipidemias (colesterol / triglicérides altas), apneia do sono, doenças ortopédicas, doenças, doença do refluxo gastresofágico, incontinência urinária, infertilidade, entre outras. Vale ressaltar que, além do critério do IMC, o paciente só poderá se submeter à cirurgia se tiver feito pelo menos dois anos de tratamento clínico com remédios sem êxito.  Se você tiver entre 16 e 18 anos, a cirurgia só poderá ser realizada após o consentimento da sua família ou do responsável legal.

3. Quais os riscos dessa cirurgia?

O tratamento cirúrgico é uma alternativa eficaz para ajudar a perder peso, contribuindo para a sua melhor qualidade de vida e redução significativa do risco de morte. Porém, é preciso estar ciente de que se trata de uma operação de grande porte e, por isso, apresenta riscos como qualquer outra cirurgia e provocará modificações no aparelho digestivo.

4. O pós-operatório é complicado?

Depois de voltar para a casa, a alimentação será reintroduzida lentamente, sendo que nas três primeiras semanas só será possível ingerir líquidos. Depois desse período, é possível comer pequenas porções de alimentos bem cozidos e moles como arroz, legumes e carne macia bem moída. Aos poucos, de acordo com o acompanhamento nutricional, o paciente pode voltar a comer outros alimentos, até poder comer de tudo novamente. Importante: desobedecer estas orientações poderá prejudicar o resultado final da cirurgia bariátrica.

5. É garantido que vou perder peso após a cirurgia?

A perda de peso varia para cada pessoa. Uns perdem mais no início, outros têm perda menor, mas constante. A perda, no entanto, é sempre proporcional ao peso inicial: os mais pesados perdem mais peso. A maioria dos pacientes perde entre 50 e 70% do excesso de peso após os primeiros meses da cirurgia bariátrica. Depois a perda de peso se torna mais gradativa, sendo que, em média, depois de 18 meses, você terá atingido o seu menor peso. A partir daí, inicia-se a fase de manutenção. Porém, o resultado final também vai depender do esforço pessoal em abandonar velhos hábitos como o sedentarismo e buscar seguir uma dieta saudável, além de ter acompanhamento psicológico para ajudar a se adequar a sua nova realidade.

6.  A cirurgia plástica é necessária depois da bariátrica?

Não necessariamente, mas quando a perda de peso é muito grande, a cirurgia plástica reparadora pode ser indicada para a retirada do excesso de pele. O ideal é que se aguarde, pelo menos, um ano depois da realização da cirurgia bariátrica para iniciar as plásticas. Para quem perdeu muito peso, às vezes são necessárias várias cirurgias para remodelar o corpo e também “retoques” para a melhora de uma região já operada.

7. É possível voltar a engordar depois da cirurgia?

A cirurgia é apenas parte de um tratamento que envolve mudanças profundas no seu estilo de vida, que envolve reeducação alimentar, atividade física regular e acompanhamento médico multidisciplinar, especialmente de nutricionistas e psicólogos. A chave para o sucesso do tratamento está no compromisso em seguir rigorosamente as orientações da equipe médica para toda a vida. Caso isso não aconteça, existe a possibilidade ganhar peso novamente.