Até 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estarão com sobrepeso e mais de 700 milhões, obesos. A projeção é da Organização Mundial de Saúde (OMS) e tem preocupado as autoridades de saúde em todo o mundo, inclusive no Brasil, onde a obesidade vem crescendo cada vez mais, chegando a atingir cerca de 40% da população.
Considerada doença crônica, a obesidade se tornou um importante problema de saúde pública, já que a maioria das pessoas desconhece que ela representa um alto fator de risco para aparecimento de outras doenças (comorbidades) que podem levar à obesidade mórbida, ou seja, aquela que pode causar a morte do indivíduo. Por isso, o controle dessas doenças necessariamente envolve a perda de peso.
As pessoas obesas têm maiores chances de ficarem depressivas em função da baixa autoestima que atrapalha as relações sociais e pessoais, além de terem seus vasos sanguíneos comprimidos por causa do acúmulo de gordura, resultando em hipertensão arterial sistêmica (pressão alta). O excesso de peso também causa a resistência do organismo à insulina – hormônio responsável pela regulação dos níveis de glicose, contribuindo para o desenvolvimento da diabetes do tipo 2.
O modo mais simples e natural de combater a obesidade é adotar um estilo de vida mais saudável, por meio da reeducação alimentar, da prática de atividades físicas regulares e da realização de exames periódicos que controlem os fatores de riscos de desenvolvimento de comorbidades. Porém, no caso da obesidade mórbida, o tratamento cirúrgico tem apresentado um efeito muito benéfico sobre essas comorbidades.
Estima-se que aproximadamente 4,5 milhões de brasileiros estejam aptos à cirurgia bariátrica e metabólica, que só é indicada para pessoas com IMC (Índice de massa corpórea) igual ou maior que 40kg/m² ou igual ou maior que 35kg/m² acompanhado de, pelo menos, duas comorbidades.
Por ser um procedimento complexo, o paciente precisa ser acompanhado antes, durante e depois da cirurgia por uma equipe multidisciplinar composta por cirurgiões, endocrinologistas, gastroenterologistas, nutricionistas, psicólogos, endoscopistas, anestesiologistas, fisioterapeutas e outros profissionais especializados. Isso contribuirá para reduzir riscos de complicações, bem como, garantir um resultado satisfatório em todas as etapas do processo.
É importante frisar que a cirurgia é uma alternativa eficaz para ajudar o paciente a perder peso, porém, o resultado final dependerá também do esforço do paciente em aderir ao tratamento, mudando seu estilo de vida e mantendo a regularidade do acompanhamento médico.