Vai dizer que você nunca exagerou na comida ou na bebida durante um churrasco com os amigos ou familiares? E aquele docinho a mais durante a festinha de aniversário infantil? Talvez foi o salgadinho ou o refrigerante que acabou pesando na confraternização da firma?
Claro que comer ou beber demais não é um hábito saudável, especialmente se você está acima do peso ideal. Entretanto isso não necessariamente significa que você tem uma compulsão alimentar, ou seja, um transtorno psiquiátrico caracterizado pela frequência (no mínimo uma vez por semana), pelo período (no mínimo, nos últimos três meses) e pela quantidade de alimentos ingeridos, associado com sentimento de angústia pela falta de controle sobre o consumo alimentar.
De acordo com estudos epidemiológicos, cerca de 30% de obesos que procuram serviços especializados para tratamento de obesidade também apresentam transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP), representando um sinal de que a pessoa necessita de acompanhamento médico especializado, especialmente se tem indicação à cirurgia bariátrica.
Na maioria, a comida representa uma forma rápida de compensação e de alívio para carências ou questões emocionais não-resolvidas ou ainda um escape para pessoas que foram submetidas a dietas muito rígidas.
Daí a importância de que candidatos e pacientes bariátricos – tanto no pré como no pós-cirúrgico, recebam acompanhamento de psicólogos e psiquiatras que, com base na história de vida do paciente e sua relação com a comida, avaliarão o grau de sofrimento que o excesso de peso provoca no dia-a-dia do indivíduo, auxiliando no processo de recuperação da cirurgia bariátrica. Conjuntamente com nutricionistas que orientarão a dieta pós-bariátrica, estes profissionais facilitarão o processo de transformação do paciente, atuando mais diretamente no tratamento de sintomas como o TCAP, a ansiedade e a depressão que podem se acentuar ou surgir no pós-operatório.
FONTES:
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso):