Recentemente o Ministério da Saúde divulgou os dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), que deixaram os especialistas no tratamento da obesidade bastante preocupados, especialmente com as mulheres.
De acordo com o levantamento, entre 2006 e 2016, o percentual de mulheres diagnosticadas com diabetes passou de 6,3% para 9,9%. Outro fator preocupante foi o número de mulheres diagnosticadas com hipertensão (pressão alta) no período: passou de 25,2% para 27,5% nos últimos 10 anos.
Doenças como diabetes tipo 2 e hipertensão quando associadas à obesidade mórbida, podem aumentar o risco de ocorrências de fenômenos cardiovasculares como Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Para cada paciente existe uma melhor alternativa para lidar com esses problemas. A primeira opção é o chamado tratamento clínico, que inclui dieta, exercícios, medicação e acompanhamento de endocrinologista e nutricionista – em algumas ocasiões um fisioterapeuta e um psicólogo também se fazem necessários. Nos casos em que o tratamento clínico se mostra ineficaz, o tratamento cirúrgico pode ser considerado, mas para isso é necessário ter IMC a partir de 35.
A cirurgia bariátrica e metabólica não cura, mas auxilia no controle dessas doenças, já que diminui a quantidade de grelina, hormônio produzido pelo estômago que estimula a sensação de fome. Com estômago reduzido pela cirurgia o alimento acaba chegando mais rápido ao intestino proximal, esse processo acelerado promove uma liberação de diversos outros hormônios intestinais, entre eles o GLP, que age sobre o pâncreas, que, por sua vez, passa a produzir mais insulina, e consequentemente, melhora na metabolização do açúcar e melhor efeito metabólico, proporcionando um melhor controle do diabetes.
Na maioria dos casos quando a obesidade e o diabetes estão sob controle, registra-se também uma significativa melhora nos problemas de hipertensão.
Entretanto, a decisão de escolher o tratamento cirúrgico exige uma avaliação criteriosa dos riscos e benefícios e do desempenho do tipo de procedimento cirúrgico adequado. Isso porque o sucesso da cirurgia dependerá – e muito, da mudança do estilo de vida da pessoa que para sempre terá de manter uma dieta alimentar balanceada e a prática regular de exercícios físicos.
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Referências
– VIGITEL BRASIL 2016, Ministério da Saúde
https://www.endocrino.org.br/media/uploads/PDFs/vigitel.pdf
– SBEM – Sociedade Brasileira de Endrocrinologia e Metabologia
https://www.endocrino.org.br/minsterio-da-saude-divulga-dados-do-vigitel-2016/
– Instituto Garrido – Obesidade e Doenças Metabólicas
http://www.institutogarrido.com.br/site-v1/obesidade-e-doencas-metabolicas/