CIRURGIA ROBÓTICA E O FUTURO DA CIRURGIA BARIÁTRICA

A realização da cirurgia bariátrica e robótica foi um dos temas debatidos durante o Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva, realizado entre os dias 18 e 20 de maio, em Búzios, no Rio de Janeiro.

Atualmente, a cirurgia bariátrica pode ser realizada de três maneiras: pela técnica convencional, chamada de cirurgia aberta, pela via laparoscópica e, mais recentemente, por via robótica. Alguns entusiastas da cirurgia robótica acreditam que existe vantagens da técnica robótica sobre outras.

Uma mesa-redonda foi realizada no Congresso para debater o tema “Cirurgia Bariátrica e Robótica”. Entre os palestrantes, integrantes da SBCBM e da Sobracil como o Dr. Alexandre Amado Elias (SP), Dr. Fábio Viegas (RJ), Dr. José Luiz de Souza Varela (RJ) e Dr. Carlos Eduardo Domene (SP) e Dr. Luiz Alfredo de Almeida.

Segundo o Dr. Alexandre Amado Elias, a cirurgia robótica ainda está em desenvolvimento, mas já é amplamente difundida no Brasil. “Atualmente existem 30 robôs distribuídos no país, com concentração maior na região sudeste. Apesar do investimento ser alto – com aumento de custo para aos hospitais e planos de saúde – os hospitais têm reconhecido que é um benefício fazer a implantação desse sistema”, disse o Dr. Elias. Ele ainda ressaltou que a cirurgia robótica melhora a qualidade e a performance do cirurgião, unindo as vantagens de uma visão em terceira dimensão.

O cirurgião Dr. Fábio Viegas, falou sobre “A sistematização da gastrectomia vertical robótica” e informou que apesar de não ser uma realidade para todos os cirurgiões é o início de uma nova realidade. “É certo que a robótica veio para ficar, o método vai popularizar com o passar do tempo. Além disso, integrar as novas tecnologias é o grande desafio das fontes pagadoras, dos hospitais e dos médicos que precisam investir sempre em treinamento e estudos”, completou o Dr. Fábio Viegas.

A sistematização técnica da cirurgia de bypass gástrico robótico foi o tema da palestra do Dr. Jose Luis de Souza Varela. “O acesso robótico da cavidade abdominal é facilitado com a técnica, principalmente em pacientes superobesos, nas reoperações e nas cirurgias tecnicamente mais difíceis”, enfatizou.  Ele ainda disse que está comprovado o menor índice de complicação com o uso da robótica nos pacientes. “O robô ajuda na estabilização da imagem, na iluminação, na realização de uma melhor técnica de sutura e nos movimentos delicados em locais restritos”, disse Varela. Ele ressalta ainda que todos esses fatores possibilitam uma cirurgia com menor trauma no tecido, evitando com isso as complicações.

O último palestrante da mesa foi o Dr. Carlos Eduardo Domene, ex-presidente da SOBRACIL. Ele falou sobre as vantagens da implantação de um serviço de cirurgia robótica no hospital. “Não basta apenas comprar um robô, é muito importante que a diretoria do hospital, engenharia, enfermagem, centro cirúrgico, marketing e a área financeira trabalhem em conjunto na criação de um plano de negócios”, disse Dr. Domene. Ele ainda acrescentou: “Deve-se treinar adequadamente as equipes cirúrgicas, torna-las habilitadas a realizar os procedimentos com segurança e com economia”.

Para Dr. Domene, a cirurgia robótica agrega muito valor à cirurgia bariátrica, e será muito importante que a Sociedade de Cirurgia Bariátrica e Metabólica desenvolva centros de treinamento em robótica para seus membros se habilitarem, além de divulgar os resultados deste procedimento e oferecer essa ferramenta a quem se interessar.

Fonte: SBCBM