Ansiedade e depressão: cuidar da mente é importante para tratar do corpo

Recentemente a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou um relatório global que aponta que o Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo e o quinto em casos de depressão. A depressão atinge 5,8% da população brasileira (mais de 11 milhões de pessoas) e os distúrbios relacionados à ansiedade afetam 9,3% (quase 19 milhões) de brasileiros.

Entre os fatores apontados pelos especialistas para estes índices tão elevados, estão os socioeconômicos como o desemprego e o estilo de vida agitado das grandes cidades. E isso piora quando focamos as pessoas que sofrem de obesidade – uma doença considerada epidemia pela OMS e que afeta pessoas de todos os níveis sociais.

A obesidade, por si só, já é um alto fator de risco para aparecimento de outras doenças (comorbidades) que podem levar à obesidade mórbida, ou seja, aquela que pode causar a morte do indivíduo. Porém, quando associada a distúrbios como a ansiedade e depressão (transtorno mental caracterizado principalmente por uma tristeza profunda e duradoura), pode resultar em um problema ainda maior, como a compulsão alimentar, que faz com que a pessoa coma mesmo sem fome e de forma exagerada.

Um artigo publicado na Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões demonstrou que aproximadamente 15 a 30% dos pacientes que se candidatam à cirurgia bariátrica e metabólica apresentam risco mais elevado de desenvolver sintomas de ansiedade e depressão do que a população geral e que a cirurgia bariátrica pode levar à redução significante de tais sintomas.

Daí a importância do acompanhamento psicológico de candidatos e pacientes bariátricos tanto no pré como no pós-cirúrgico, para que com base na história de vida do paciente e sua relação com a comida, se possa avaliar o grau de sofrimento que o excesso de peso traz para o seu dia a dia, permitindo alinhar as expectativas sobre os resultados da cirurgia.

Depressão e ansiedade têm cura?

De acordo com os psicólogos do Instituto Garrido, não há cura, mas sim tratamento para a depressão e para a ansiedade. O tipo de tratamento dependerá da intensidade, duração e grau (leve, moderado ou grave) da doença e seus sintomas. Atualmente o tratamento é feito por meio da combinação entre medicamentos antidepressivos e psicoterapia.

Referências:

Organização Mundial de Saúde. Depression and Other Common Mental Disorders – Global Health Estimates. Wolrd Health Organization (WHO) 2017. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/254610/1/WHO-MSD-MER-2017.2-eng.pdf?ua=1

Tae, B. et al., 2014. O impacto da cirurgia bariátrica nos sintomas depressivos e ansiosos, comportamento bulímico e na qualidade de vida. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, 41(3), pp. 155-160. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rcbc/v41n3/pt_0100-6991-rcbc-41-03-00155.pdf.