OBESIDADE E DOENÇAS METABÓLICAS

Podemos definir a obesidade como uma doença crônica, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, que traz prejuízos à saúde da pessoa. Dados recentes mostram que o excesso de peso representa um importante problema de saúde pública. No Brasil, cerca de 40% das pessoas apresentam algum grau de excesso de peso e 5 milhões são obesos mórbidos.

As doenças metabólicas mais frequentemente associadas à obesidade são o diabetes mellitus tipo 2 e a dislipidemia (colesterol e triglicérides aumentados).

A cirurgia para redução do peso tem um efeito muito benéfico sobre essas comorbidades. Por promover o emagrecimento e também a melhora do metabolismo, passou a ser denominada de cirurgia bariátrica e metabólica.

Entendendo a Obesidade

A referência mais utilizada para avaliar a obesidade é o índice de massa corpórea (IMC), que é calculado dividindo o peso em quilos pelo quadrado da altura em metros.

Por exemplo, um paciente com 136 kg e 1,60 metro de altura terá o seguinte IMC: 136 / (1,6 x 1,6) = 53,12 kg/m².

 

Abaixo do peso – inferior a 19 kg/m2

Peso normal – 19 a 25 kg/m²

Acima do peso – 25 a 30 kg/m²

Obesidade grau I – 30 a 35 kg/m²

Obesidade grau II – 35 a 40 kg/m²

Obesidade grau III – superior a 40 kg/m² (obesidade mórbida)

 

Quanto maior o grau da obesidade, maior a ocorrência de doenças associadas e dificuldades psicológicas e sociais. A obesidade mórbida diminui a qualidade e a expectativa de vida, portanto o obeso mórbido “vive mal e menos”.

Vários estudos mostram que somente 10% dos obesos conseguem perder peso em longo prazo com dietas, exercícios, medicação e suporte psicológico. Os fracassos frequentes dos tratamentos clínicos ocorrem sob a forma do “efeito sanfona”.

Doenças associadas (comorbidades)

A obesidade aumenta a probabilidade do aparecimento de comorbidades. Entre as mais frequentes estão:

  • Hipertensão arterial
  • Diabetes mellitus tipo 2
  • Acidente vascular cerebral
  • Infarto agudo do miocárdio
  • Dislipidemias (hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia)
  • Distúrbios respiratórios (síndrome da apneia obstrutiva do sono)
  • Distúrbios do aparelho digestivo (refluxo gastroesofágico, hérnia de hiato, cálculos de vesícula)
  • Doenças músculo-esqueléticas (artroses, artrite, gota)
  • Câncer (mama, intestino grosso, próstata)
  • Desajustes psicológicos e sociais

Por isso há maior probabilidade de morte precoce. Para obesos mórbidos, essa chance é 12 vezes maior do que em pessoas com peso normal.

Diabetes Tipo 2

O diabetes tipo 2 é uma doença desenvolvida na fase adulta. Grave, progressiva, tão frequente quanto maior o grau da obesidade, pode ser de controle clínico muito difícil.

A ciência já consolidou o entendimento sobre a capacidade da cirurgia bariátrica de controlar com efetividade a síndrome metabólica, que inclui níveis excessivos de açúcar e gorduras (colesterol e triglicérides) no sangue e está associada ao fígado gorduroso e à aterosclerose.

Os benefícios decorrem em parte porque a cirurgia é eficaz na perda de peso, que diminui a resistência à ação da insulina. Mas é sabido que algumas operações bariátricas alteram hormônios que melhoram a produção de insulina pelo pâncreas. Esses recursos são valiosos no controle da síndrome metabólica e levam os pacientes em geral a abolir ou diminuir o uso de remédios.

A indicação de tratamento cirúrgico para o diabetes tipo 2 e outras doenças metabólicas deve levar em conta as características de cada indivíduo. No Instituto Garrido, dispomos de especialistas experientes e atualizados capazes de auxiliar nessa escolha.

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